Depois de duas experiências anteriores a percorrer o país de Norte para Sul, em 2009 (no 11.º Lés-a-Lés) e em 2011 (no 13.º Lés-a-Lés), esta minha terceira presença no evento teve duas novidades: foi cumprida de baixo para cima (de Sul para Norte) e, por motivos diferentes, foi a primeira onde consegui preencher na totalidade a tarjeta que atesta a passagem por todos os controlos secretos existentes ao longo do percurso. Finalmente!
O “pontapé de saída” desta aventura foi dado no final do mês de Janeiro, com a apresentação do evento nas instalações do Grande Hotel de Luso, onde foi desvendado o percurso com início em Albufeira, paragem no Luso/Bussaco e chegada a Vila Pouca de Aguiar (Pedras Salgadas). Logo após a apresentação, a FMP abriu as inscrições para a prova, uma oportunidade devidamente aproveitada para inscrever a equipa e garantir desde logo um bom lugar à partida.
Após uma (longa) espera de quase cinco meses, chegava finalmente o dia de preparar a moto e rumar ao Algarve para o início da grande aventura de cerca de 1.000 km, integrado numa caravana recordista de mais de 1.600 mototuristas em mais de 1.500 motos!
Dia 1 (9 de Junho) – Passeio de Abertura
Local de chegada da edição de 2015, a Praia dos Pescadores (Albufeira) foi o “quartel-general” do arranque desta 18.ª edição do Lés-a-Lés.
Foi também aqui que se realizaram as indispensáveis Verificações Técnicas (livrete, seguro, licença de condução válida, moto em estado de fiabilidade, pneus em bom estado, nível sonoro do escape dentro do permitido por lei [86 db] ou o assinalado no respectivo livrete, matrícula homologada, retrovisores, luzes e piscas em perfeito estado, kit ou ferramenta para reparação de furos, assinatura do termo de responsabilidade), bem como a entrega do material a cada participante (roadbook, tarjeta, dorsal, t-shirt, autocolantes com número da equipa, documentação diversa e brindes).
Verificou-se no entanto que o elevado número de participantes nesta edição acabou por condicionar fortemente a fluidez de todo o processo das V.T., com a organização a não conseguir responder com eficácia perante o grande fluxo de motos e motociclistas que ocorriam ao local. Uma situação a rever em futuras edições.
Sendo o Portugal de Lés-a-Lés um evento assumidamente mototurístico e maioritariamente de estrada (com pequenas excepções), não competitivo, sem classificação, que pretende mostrar o potencial turístico, ambiental, patrimonial e paisagístico do nosso país, nada melhor para começar a rolar que um passeio de abertura (anteriormente designado por prólogo) pela capital do turismo, que serviu de aperitivo para as duas longas e rijas etapas que se iriam seguir.
Uma das primeiras paragens do passeio ocorreu no Miradouro da Falésia, local com vista privilegiada e espectacular sobre a Praia do Barranco das Belharucas (ave que nidifica nas suas falésias) e a Praia da Falésia, com direito a foto “oficial”.
Para além da componente turística, o passeio também teve o seu momento histórico com a visita ao Castelo de Paderne, último bastião árabe conquistado em território nacional e que, por isso, mereceu honra de ser um dos sete castelos representados na bandeira nacional.
O primeiro controlo secreto da prova foi montado pelo MC Albufeira na Praia da Galé, local onde se pode avistar Armação de Pêra e, mais adiante, a Sr.ª da Rocha. E claro, para conseguir chegar aos “picas”, foi necessário colocar os pés “de molho”, num ritual que já se tornou habitual sempre que os controlos são junto à água (foi assim na Ribeira do Vascão, na 11.ª edição, e na Ribeira da Seda e no Rio Mira, na 13.ª edição).
De regresso à Praia dos Pescadores após a conclusão dos 67 km do passeio de abertura, que mostrou o concelho albufeirense desde os icónicos locais de diversão noturna das décadas de 1980 e 90 até à atualidade, este primeiro dia do Lés-a-Lés terminou com um jantar perto do Miradouro do Pau da Bandeira, acompanhado por uma (animada) exibição de um grupo folclórico algarvio.
Continua...
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